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Sionismo - O início dos conflitos Israelo-Palestinos

  • potentiaassessoria
  • 26 de fev. de 2024
  • 3 min de leitura

A formação do Estado de Israel é resultado do movimento sionista que tinha como principal objetivo voltar a “Sião”, fenômeno potencializado com fim da segunda grande guerra, em função da grande quantidade judeus mortos. A palavra “Sião” remete ao Monte de Sião, situado próximo a cidade de Jerusalém. Contudo, a criação do Estado fomentou também os conflitos históricos na região, fortalecendo a necessidade da criação de um Estado Palestino, que antes fazia parte do Império Otomano.


O sionismo é um movimento político e ideológico que se inicia no século XIX e tem como objetivo a volta dos judeus para a formação de um Estado próprio na região do Oriente Médio, sendo uma referência a Sião. O Oriente Médio é composto por países como Egito, Israel e os países Árabes (nos limites da Jordânia, Iêmen, Omã até o Irã). Nesse sentido, a Organização das Nações Unidas (ONU) defendeu também a criação de um Estado de Israel e do Estado da Palestina, reservando para cada país um espaço territorial. Entretanto, Jerusalém seria a cidade protegida pelas Nações Unidas, sob argumento da importância religiosa para as três principais religiões monoteístas: cristã, islâmica e judaica. Antes da partilha territorial entre os dois povos, a Grã-Bretanha era o país responsável pela segurança e pela administração do território palestino.


Historicamente, antes da Segunda Guerra Mundial, o aumento da quantidade de judeus em território palestino elevou a tensão entre os dois povos, principalmente pela facilitação da entrada de judeus pelos britânicos. Desde 1917, o ministro de Relações Exteriores, Arthur Balfour, estimulou o sionismo com o objetivo de criar um Estado Judeu no Oriente Médio, a partir da Declaração Balfour. O fim do mandato dos britânicos acendeu ainda mais a chama para um Estado, fazendo com que os judeus adquirissem algumas terras dentro da Palestina a partir do Fundo Nacional Judaico e a busca pelo afastamento dos povos presentes.


Para concretizar a formação do Estado de Israel em 1948, os palestinos, que moravam ali, foram direcionados para fora do território de Israel delimitado pela ONU. Anteriormente, já havia propostas para o afastamento dos palestinos, uma vez que os novos ocupantes não ofereciam trabalho para essa parcela da população palestina. Apesar da relação de poder estabelecida, os judeus eram considerados uma minoria. Pappe (2022, p.110), escritor israelense, historiador e diretor do Centro Europeu de Estudos Palestinos da Universidade de Exeter, define a saída dos palestinos como uma “transferência compulsória”, impedindo também a volta deles para seu território de origem.


A guerra de 1948 contra Israel, com a participação do Egito, Síria, Jordânia, Iraque e Líbano. Essa guerra é nomeada para os árabes como “Nakba”, que significa “tragédia”, uma vez que Israel foi o mais beneficiado com o fim do conflito, devido ao aumento do seu território. Para além das questões religiosas históricas entre os dois povos, a guerra tem como pano de fundo a ausência de meios para reduzir o conflito na região e a criação de um Estado judeu com a maior parte do território da Palestina, mesmo sendo minoria.


Vale ressaltar que os Estados Unidos apoiaram Israel belicamente, julgando a ação israelense como autodefesa. Essa alegação remonta a percepção realista da teoria das relações internacionais, que enfatiza a ausência de órgão ou instituição internacional capaz de manter a paz mundial ou evitar os conflitos entre Estados soberanos, tomando como prioridade a defesa. Hans Morgenthau, escritor e professor da Universidade de Chicago, foi o principal pensador dessa teoria. Em releitura de Morgenthau, Lima et al (2010, p.58) aponta que a “anarquia como um contexto de poder descentralizado ou de estados soberanos com poder de veto potencial se tornaria corriqueira nas teorias de relações internacionais a partir da publicação nos anos 1970 do livro seminal de Kenneth Waltz [...]”.


Portanto, a criação do Estado de Israel é baseada em pensamentos derivados do sionismo, movimento político e ideológico. Isso fomentou ainda mais tenção entre os povos judeu e árabe, principalmente para os palestinos porque o Estado judeu seria criado dentro do território em que viviam. A guerra de 1948 em Israel é resultado do conflito histórico entre os judeus e árabes, como também as condições impostas aos palestinos. Esse evento também remonta os princípios da teoria realista das relações internacionais.

 

Referências bibliográficas:

 

FERREIRA, Luiz Claudio. Israel, Hamas, Palestina: entenda a guerra no Oriente Médio: Conflito tem disputa por terras como pano de fundo. Agencia Brasil, 2023. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2023-10/israel-hamas-palestina-entenda-guerra-no-oriente-medio>.  Acesso em:  22 de janeiro de 2024.

 

Israel-Palestina: entenda como começou este conflito histórico centenário. Exame, 2023. Disponível: <https://exame.com/mundo/lar-judeu-ocupacoes-e-guerras-entenda-o-historico-do-conflito-entre-israelenses-e-palestinos/>. Acesso em: 22 de janeiro de 2024.

 

LIMA, M. R. S. Morgenthau e o Realismo Político. In: Marcelo de Almeida Medeiros; Marcos Costa Lima; Rafael Villa; Rossana Rocha Reis. (Org.). Clássicos das Relações Internacionais. ed.1. São Paulo: Hucitec, 2010, v. , p.54-76.

 

SILVA, Daniel Neves. "Primeira Guerra Árabe-Israelense"; Brasil Escola. Disponível em:<https://brasilescola.uol.com.br/guerras/primeira-guerra-arabe-israelense.htm>.  Acesso em: 24 de janeiro de 2024.

 
 
 

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